quinta-feira, 12 de novembro de 2009

I get around!

Uma das bandas mais interessantes e revolucionárias dos anos 60 (e de todos os tempos), são os Beach Boys. Estadunidenses que gravaram o primeiro álbum em 1962, assim como os Beatles fizeram na Inglaterra um ano depois, mantiveram uma carreira repleta de contra-tempos, rumos equivocados e a liderança de um gênio errático, aquele que Paul McCartney considera o Mozart da música pop, Brian Wilson.

A temática da banda no início de carreira era baseada nas letras sobre praia, sol, garotas, que resultou na denominação “surf music”, sendo os garotos, inclusive, um dos maiores representantes do estilo.

A trajetória fonográfica é bem similar aos dos Beatles, uma primeira fase mais “inocente”, passando por um álbum revolucionário e resultando em fases subsequentes geniais.

E a concorrência era braba!

Os Beatles quebram todos os paradigmas com Revolver em 66, em seguida os Beach Boys lançam um álbum assustadoramente revolucionário e belo em 66, Pet Sounds. Paul ouve o álbum e inspira os companheiros a gravarem Sgt. Peppers, Brian Wilson ouve o álbum, e....e, pira.. Literalmente!

Brian Wilson sofria de esquizofrenia e o vício em LSD deixou anos e anos recluso, apenas participando das composições do grupo. E aí, que se encontram as jóias raras, que quase nenhum brasileiro conhece e você só encontra importando (ou efetuando download, claro). Os álbuns do final dos anos 60 e de toda a década de 70 dos Garotos da Praia.

Não preciso bater na tecla, que vocalmente falando, é uma das maiores bandas da história, Pet Sounds é um dos mais perfeitos álbuns de todos os tempos, bla bla bla... Por isso vou indicar obras-primas incontestáveis que talvez você nunca tenha ouvido falar:

Today! (1965)
Aqui começa a revolução, o surf music fica mais de lado, e o experimentalismo, embora discretíssimo, começa a fazer parte das composições da banda. Músicas mais maduras, baladas lindas e grandes clássicos dos 60´s e todos os tempos.

Wild Honey (1967)
Disco recheado de tendências funk, dançante, instrumentos exóticos. Possui uma energia peculiar, poucas vezes vistas nos álbuns de rock sessentistas do gênero.

Friends (1968)
Vocalmente falando, o disco mais perfeito que já ouvi. Composições bucólicas, quase sempre levadas pelo órgão/teclado, e lideradas pelos vocais sensacionais e muitas vezes, experimentais.

Sunflower (1970)
Um deslumbre para os ouvidos! Rock and roll melódico, alegre, totalmente no espírito mais “paz e amor”, desde a capa. O meu predileto!

Surf´s Up (1971)
Álbum mais difícil e maduro, mas contém várias pérolas, que se você ouvir, nunca imaginaria ser daquela banda surf do começo dos anos 60

Carl and the Passion – So Tough (1972)
Aqui a brincadeira fica séria! Um swing absurdo, vocais de chorar, composições mais que inspiradas. O álbum predileto do Elton John, e um dos meus também!


Esses são os supra-sumo da banda, mas eu recomendo também: Summer Days (1965), 20/20 (1969), Love You (1977), M.I.U Álbum (1978) e todos os primeiros da fase surf!

E só pra constar, o Beach Boys pousa para um show único em Sampa, dia 02 de dezembro, no Credicard Hall. Da formação clássica, apenas o vocalista Mike Jones e o tecladista Bruce Johnston. Vale a pena, conferir!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bastardos memoráveis!



A 2ª Guerra é um dos temas mais trabalhados e explorados em cinema e literatura, o que é ótimo! Não se deve deixar cair no esquecimento os horrores que acometeram a humanidade neste negro período do século XX.

Muito se leu e assistiu sobre as atrocidades nazistas e o sofrimento sem fim do povo judeu, e eu sempre me perguntava: Será que não existiram uns judeus meio loucos que afrontaram a trupe de Mr. Adolf Hitler?

No mundo real, não sei, mas na ficção, sim... Os Bastardos Inglórios!



Indo na contra-mão da grande maioria das obras do gênero, o genial Quentin Tarantino faz seu primeiro filme de Guerra, focado na invasão nazista na França. Mas os judeus aqui retratados são um tanto quanto diferentes dos que estamos acostumados a ver por aí... Eles são completamente insanos, rebeldes, impiedosos e... os amigos que qualquer pessoa, não nazista, gostaria de ter!

A ótica de Tarantino é ímpar! A mistura de pop com erudição em suas obras é fantástica, acessível e resulta em entretenimento da melhor qualidade!

Brad Pitt lembra Marlon Brando em seus melhores momentos e comanda os Bastardos na carnificina contra judeus. Resultado: filmão memorável(recheado de violência, como não poderia deixar de ser) com aquela trilha que só o Tarantino sabe escolher e que só estabiliza-o como um dos melhores da nossa geração.

Pra quem duvidou que o cara faria algo na altura de Pulp Fiction e Kill Bill com a temática guerra, aí está a prova!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dizem que ele é louco.

Pergunte aos seus amigos roqueiros, quantos gostam dos Mutantes? Desses, quantos conhecem a fundo a obra da banda? Desses, quantos gostam de Arnaldo Baptista?

O gênio mutante é consagrado mundialmente, sendo ídolo de figuras como Sean Lennon, Kurt Cobain, David Byrne, só para citar alguns, mas aqui, em seu país, é história é um pouco diferente. Responsável pelas principais criações da banda mais original e inventiva da música brasileira, e por que não, umas das mais importantes do mundo? – o artista tem sua vida retratada magistralmente no documentário “Loki”, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.

A abordagem começa com o grupo O´Seis (embrião dos Mutantes) e foca em boa parte na trajetória dos Mutantes, banda formada ao lado do irmão Sergio Dias e Rita Lee. O “boom” do Tropicalismo, a evolução musical do grupo, o envolvimento pesado com drogas, a turnê européia... está tudo registrado com uma infinidade de raras imagens de encher os olhos.

Como não poderia deixar de ser, há também o foco no curioso acidente que divide a vida do artista, onde Arnaldo cai pela janela de um hospital, deixando-o com graves sequelas.

Conforme o andar do documentário, Arnaldo pinta em uma tela imagens que remetam às passagens importantes de sua vida, é de arrepiar...

Ao contrário de muitos documentários, este chega a quase duas horas e o passar do tempo nem é percebido. Feito de maneira dinâmica, eficiente, com ótimas imagens, depoimentos de Tom Zé, Gilberto Gil, Sean Lennon, os ex-Mutantes Sergio, Liminha e Dinho, o longa emociona e indico sem medo a todos que se interessam, o mínimo que seja, pela cultura brasileira, fãs de Mutantes ou não, independente do estilo musical/cinematográfico que apreciem.

Um filme essencial para conhecer este grande gênio brasileiro da música mundial. E também entender como a mídia pode auxiliar sim na reclusão de um grande mito. Afinal, se Arnaldo andar por aí hoje nas ruas paulistanas, ele seria mais reconhecido do que celebridades pop de hoje em dia, que possuem muito mais prestígio da massa?

Julgado por muitos como “louco”, termino com a frase do próprio: “ Mas louco é quem me diz, e não é feliz... Eu sou feliz.”

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Terror em Sampa

São Paulo oferece coisas que você só encontra em... São Paulo.
Um exemplo disso é o I SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico. Eu, como cinéfilo assumido e também fã de filmes de terror, não pude perder esta oportunidade de presenciar o que anda rolando de mais sinistro no Brasil e mundo.
Como tempo é uma palavra meio que ausente no meu vocabulário, acabei conferindo muito menos filmes do que gostaria nesta mais do que bem vinda iniciativa.
Segue abaixo minha avaliação dos filmes que vi, e um adendo dos que ficaram de fora da minha lista, por falta de tempo.

Dei notas de 1 a 5, sendo 1 – péssimo e 5 – excelente, levando em conta totalmente o gênero dos filmes avaliados, claro! (sem comparações com grandes obras do gênero ou não).


Visitante de Inverno – Nota: 4
Filme argentino com um roteiro muito bem desenvolvido e a construção de um clímax crescente. A falta de verba e efeitos especiais menores não interferiram na qualidade da película que narra a história de um jovem que vai passar uns tempos na casa da mãe em uma pequena cidade e começa a suspeitar de um vizinho que leva crianças para a casa e elas não voltam.
A grande questão é que o jovem possui problemas mentais e alucinações, o que só diminui a credibilidade em suas testemunhas.
Para fãs de suspense/terror, um prato cheio. Está tudo lá! Um protagonista problemático, suspense, mistério, algumas cenas grotescas (como não poderia deixar de ser) e um enredo muito bacana.
Recomendo!


Eden Log – Nota:1
Queria assistir a um filme chamado “Deixe ela entrar”, que parecia bem interessante, mas todos os ingressos estavam esgotados, acabei assistindo este longa, de gaiato.
Para minha infelicidade, trata-se de um filme desconexo, entediante, cansativo e sem sentido algum.
A película francesa trata de um rapaz que acorda em algum lugar bizarro subterrâneo sem memória e sem saber onde está, depois vai descobrindo que aquilo faz parte de um projeto de geração de energia através de corpos humanos. Enfim, uma pataquada sem fim. O filme pareceu que durou umas 4 horas, sendo que não durava metade. O destaque fica para a bela fotografia.


Matadores de Vampiras Lésbicas – Nota: 5
O nome é trash, a ideia é trash e a produção inglesa é... ótima!
Fazia tempo que não via uma comédia com uma temática tão bacana, quanto bizarra e engraçada.
Ainda não sei como este filme não está em circuito.
Dois nerds vão passar as férias em um vilarejo e descobrem que as mulheres sofrem uma maldição, que ao completarem 18 anos viram vampiras...lésbicas.
As locações são ótimas, o roteiro é ótimo, a trilha sonora é demais. Filme adolescente, no estilo anos 80, misturando risadas com terror.
Indicadíssimo para quem gosta de comédia pastelão, pra quem gosta de Porkys e pra quem é fã de vampiros.

Strange Girls – Nota:3
Filme estadunidense bem bizarro, mas interessante. Duas irmãs que só falam entre si vivem num manicônio há 14 anos e são liberadas. Daí começam a realizar perversões.
O filme vai bem, o roteiro prende bem a atenção, mas o final é bem fraco. Tudo termina muito rápido e parece que foi pensado de útlima hora, mas vale a pena!

Alguns filmes nacionais como “Mangue Negro”, sobre zumbis e “Fim da Picada”, sobre saci, exus e satanismo, não consegui acompanhar. Verei se consigo assistir de alguma maneira posteriormente.

O evento está acontecendo na Reserva Cultural na Paulista e vai até 02/07.
Uma grande iniciativa que merece ser continuada. Então, já estou no aguardo do II SP Terror!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Se Virando na Virada

A Virada Cultural tornou-se evento oficial no calendário paulistano, e digo mais, nacional (vi muitas pessoas que vieram de outras cidades e estados exclusivamente para o evento).

Também não é pra menos. 24 horas com 800 atrações, shows antológicos gratuitos nos cartões postais da cidade. Isso sem falar no charme que é andar pelo centro de São Paulo de noite tranquilamente, sem medo de perder a carteira ou o pescoço.

O problema é que muita gente no mesmo local resulta em inúmeros pontos negativos. À meia noite do sábado, boa parte do centrão estava intrasitável, e o mesmo virou um verdadeiro lixão, tamanha quantidade de copos, latas, papéis, embalagens e o que mais se imaginasse nas ruas. No domingo, Sampa cheirava a mijo, nem de longe os 900 banheiros químicos deram conta dos mais de 4 milhões de pessoas participantes.

Teve gente que detestou. Para mim, como sempre, isso não tirou o brilho do festival e valeu muito a pena. Vi muitos shows, vou falar sobre os que se destacaram :




Jon Lord e Orquestra Sinfônica de São Paulo

Assisti a uma parte do show, mais para ver o lendário tecladista do Deep Purple. O som não estava dos melhores e não ajudou muito, mas deu pra conferir a virtuose e criatividade do músico.

Tutti Frutti

Uma alegria ver esta clássica banda ao vivo, mesmo sem a mentora do grupo nos anos 70, Rita Lee, foi muito bacana! A substituta Sol segurou bem a onda e os músicos da época Luis Carlini (guitarra) e Franklin Paolillo (bateria) deram um show de técnica, feeling e entrosamento.
Aliás, ouso arriscar que o Franklin é um dos maiores bateras do rock nacional de todos os tempos, de verdade, um monstro!
Os caras tocaram quase na íntegra o clássico álbum “Futo Proibido”, de 1975, altamente indicado por mim! Uma aula de roquenrow!
Grande show!


Som Nosso de Cada Dia

Esta é uma grande e esquecida banda de rock progressivo dos anos 70. Gravaram um excelente disco em 1974 chamado Snegs e os grandes clássicos desse álbum foram resgatados ao vivo como “Bicho do Mato” e “Sinal da Paranoia”.

Grandes músicos compõem o grupo, como o tecladista Manito e o baixista/vocal Pedrão.

Um espetáculo de virtuose... na medida certa!




Joelho de Porco

Este foi lindo de ver! Esta clássica banda setentista recordou “Boeing”, “Maldito Fiapo de Manga” e outra tantas, inclusive com a presença do vocalista original Próspero Albanese.

Todos de ternos rasgados, como na época, fizeram um baita show com a energia que só a banda tem.




Novos Baianos
Pepeu, Baby, Paulinho, Dadi e Jorginho. Juntos de novo!
Só faltou o Moraes.
Na minha opinião, o show da Virada!
O grupo que revolucionou, misturou, inventou, reinventou o samba com guitarra elétrica estava ali, reunido novamente.
E como toca o Pepeu! E como canta Paulinho Boca de Cantor, e Baby também, em plena forma!
Aliás, esta devia se contentar em cantar e parar de pregar em pleno show. Não foram poucas vezes que ela citou as palavras “gospel”, “Deus” e “Aleluia”. Baby, volte a ser doida, pelamordedeus!
Mas isso não tirou nem de longe o brilho do espetáculo.
Muitas músicas do clássico “Acabou Chorare” estavam lá.
Quem viu, viu.
Quem não viu, só digo uma coisa: “Besta é tu, besta é tu!”

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Os grandes shows desse ano...até agora

Ontem foi o 3º grande show que vi este ano, faltou o Maiden, mas vi ano passado esta mesma turnê e como dinheiro não dá em árvore...

Vamos por partes.

Primeiro foi um gigante em palco e estrutura de medianos. Deep Purple na Via Funchal.
Os caras estão meio que todos os anos por essas bandas de cá, então Purple ao vivo virou arroz de festa. Mas, por incrível que pareça, nunca tinha assistido uma apresentação dos dinossauros.

Da formação clássica (não original), lá estão Ian Gillan (voz), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria). O excelente guitarrista Steve Morse já está há mais de uma década acompanhando o grupo e o integrante mais recente Don Airey completa o quinteto.O show? Uma sequência muito bem executada de clássicos do rock and roll, por quem entende muito bem do assunto. Tá, os caras não são mais os mesmos, o Gillan não atinge mais as mesmas notas, estava doente, tossindo muito, maaaaas o entrosamento, a alegria em tocar, o carisma e simpatia dos músicas (fora o quesito histórico... pombas, é uma das maiores bandas da história) compensaram cada centavo. E dá-lhe Highway Star, Space Truckin, Strange Kind of Woman, Sometimes I feel like screamin´, Perfect Stranges, Smoke on The Water e tantas outras. Ou seja, nem preciso falar mais nada… E nem vou!

O segundo foi o festival Just a Fest que contou com Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead.
Não vou dizer que os barbudos dos Los Hermanos estão em recesso, que voltaram apenas pra esse show, que claro que não perderiam a oportunidade de abrir pro Radiohead, que a presença de palco dos caras não é a melhor do mundo, que são um tanto mesquinhos, mas o show deles possui uma energia diferente de tudo, que as músicas são intensas, fodas e que todo mundo canta cada palavra... Bom, disse!
Kraftwerk é um caso à parte. Um dos precursores da música eletrônica. O grupo alemão apresenta um show totalmente visual. Mas o conceito é sensacional, tudo é muito bem casado, pensado. Enfim, música eletrônica inteligente. No telão, vídeos muito bacanas complementam o que sai dos sintetizadores dos tiozões que começaram nos anos 70.

Já dediquei um post inteiro ao Radiohead. Uma das bandas mais cultuadas da nossa geração, revolucionou em vários aspectos a música. Enfim, vamos ao show... E que show! Que tesão em tocar! O que é o Johnny Greenwood espancando sua guitarra? E o carisma de Thom Yorke? Tudo muito bem entrosado, excelentes músicos. A produção sensacional, onde vários tubos de neon desciam sobre o palco resultando em efeitos impressionantes. Fora isso, pequenas microcâmeras captavam imagens íntimas dos músicos sendo transmitidas num telão de altíssima definição atrás dos caras. No repertório In Rainbowns na íntegra, There There, National Anthem, Karma Police, Paranoid Android, Fake Plastic Trees, Creep e tantas outras. Conceito, banda, produção... Tudo nota 10!

O último, por enquanto, foi o show da lenda viva KISS. Vi os caras em 1999, na tour do Psycho Circus, com a formação original, efeitos 3D e blábláblá. Mas, sinceramente o show que vi ontem não deveu NADA para o de 10 anos atrás. Embora, Ace Frehley e Peter Criss não estivessem presentes, o já veterano de KISS, Eric Singer e Tommy Thayer cumpriram com maestria seus papéis. E dá-lhe pirotecnia, clássicos, Alive I, Rock and Roll All Nite, Shout it out loud, Lick it up, I Love it Loud. Gene mostrando a lingua, cuspindo sangue e fogo, voando, Paul Stanley chegando até um palquinho no meio da plateia por um cabo de aço para cantar Love Gun, estrutura colossal, efeitos e mais luzes e fogos. Enfim, um showzão de rock and roll dos maquiados, como não poderia deixar de ser.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

He´s lost Control

Joy Division foi uma grande banda. Ponto. Os integrantes eram péssimos músicos, a banda tomou rumo quando o vocalista Ian Curtis viu o show do Sex Pistols (outra grande banda com péssimos músicos) e se empolgou, mas é um grupo histórico.

Duvida? Então ouça os dois álbuns oficiais de estúdio "Unknown Pleasures" (1979) e "Closer" (1980), além da coletânea de singles e lados B´s "Substance" (1977-1980). Rock and roll muitas vezes visceral, outras tantas melancólico, com letras assustadoramente belíssimas, quando não raras vezes, chocante.

O grupo durou apenas 3 anos, em 1980 o genial líder Ian Curtis cometeria suicídio aos 23 anos. Mas foi o suficiente para influenciar uma geração inteira de bandas do chamado movimento pós-punk, que seguiria durante toda a década de 80.

O filme que retrata os dias de Ian Curtis, desde sua entrada na banda até o derradeiro suicídio é o excelente "Control", de 2007. Todo rodado em preto e branco, a película é item obrigatório para fãs de Joy Division, pós punk, rock and roll, música e cinema em geral. O ator Sam Riley interpreta Curtis magistralmente e a compreensão sobre a depressão do vocalista fica muito mais evidente. É um filme cortante, mas poético. Assim como a banda.

Para quem quiser conhecer melhor o estilo 'Pós-punk", ficam aqui 5 dicas do que considero grandes álbuns do gênero, além de clássicos na história do rock, abaixo dos títulos, facilitei a sua vida e coloquei links para baixar os discos. Have fun!

"Unknown Pleasures" - Joy Division
http://www.lagrimapsicodelica.blogspot.com/2009/01/joy-division-post-xviii.html

"The Queen is Dead" - Smiths
http://rocktowndownloads.blogspot.com/2007/12/queen-is-dead-smiths.html

"First, Last and Always" - The Sisters of Mercy
http://gothicrockmp3.blogspot.com/2008/10/sisters-of-mercy-first-and-last-and.html

"Psycho Candy" - Jesus and Mary Chain
http://musiqueindieegeste.blogspot.com/2008/10/jesus-and-mary-chain.html

"Pornography" - The Cure
http://igneselevanium.blogspot.com/2009/01/cure-pornography.html

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os Muros e as grades

Li o livro "O Menino de Pijamas Listrados", de John Boyne, em um dia. Depois que comecei, só parei ao virar a última página, em estado de choque. Um dos livros mais simples, porém mais tocantes que já li. No dia seguinte fiz questão de ir ao cinema ver a adaptação da Miramax à obra.

Em 99% das vezes me decepciono com adaptações de bons livros, geralmente o filme fica muito inferior. Mas neste caso, posso garantir que isto não ocorre. Embora muitas diferenças entre um em outro estejam lá, a essência do livro encontra-se no filme.

A visão da Segunda Guerra, mais especificamente do nazismo, sob o olhar de um garoto de 9 anos, filho de um importante general. O drama começa quando o garoto encontra uma cerca que delimita um campo de concentração, e lá conhece um garoto judeu. A partir daí, a visita à grade torna-se diária e os eventos levam ao final visceral, um verdadeiro soco no estômago.

Obras que retrataram a guerra sob o olhar infantil com maestria como "A Vida é Bela" ou os horrores aos judeus em "O Pianista" certamente encontraram um filme/livro aliado nesta comovente e tocante história.

Seguindo nesta linha de cercas e grades, me lembrei de uma música dos Engenheiros do Hawaii, "Muros e Grades", que muitos anos depois das guerras, continua retratando as divergências e separatismos, além da "escravidão" em condomínios e a falsa liberdade cercada por muros altos, alarmes e vigias. À partir de agora, farei pequenas listas de indicação sobre os temas aqui expostos.

Então, ficam aqui 5 indicações com o tema "muros e grades":

-Livro: "O Menino do Pijama Listrado", de John Wayne
-Filme: " O Menino do Pijama Listrado" e "The Wall
-Disco: "The Wall", do Pink Floyd
-Música: "Muros e Grades", dos Engenheiros do Hawaii

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A vida ao contrário

David Fincher sempre se mostrou um exímio diretor, filmes como Seven e Clube da Luta apresentam um cinema moderno de tirar o fôlego. Outros como Quarto do Pânico e Zodíaco também cooperam para alimentar o alicerce composto por obras de excelente qualidade.

Mas é na dobradinha David Fincher/Brad Pitt que que encontramos os melhores momentos da carreira do diretos, e essa parceria atingiu o ápice no recém-lançado O Curioso Caso de Benjamin Button. O terceiro filme que conta com a dupla, assim como a constante parceria Tim Burton/Johnny Depp, abrilhanta ainda mais a carreira de Fincher com sua obra-prima máxima (até então, pelo menos).

Um drama riquíssimo, sensível e tocante, mas repleto de cenas descontraídas, algo como um Forrest Gump mais maduro, garante a atenção das quase 3 horas de um filme.... belo. Há tristeza, há emoção, há reflexão, mas são sentimentos à paisana, pois nenhum deles se destaca, o carro chefe da película é justamente a sua beleza. É um filme bonito antes de mais nada.

Pitt atesta definitivamente sua qualidade de ator, contracenando com a ótima Cate Blanchett, e vivenciando a história de um curioso homem que nasceu idoso e vai rejuvenescendo. A vida ao contrário.

O longa traz diálogos e situações que nos fazem questionar a todo o momento aspectos como juventude, envelhecimento, redenção, destino e escolhas. Mas tudo é feito de maneira incrivelmente intrínseca, sem pretenões vazias, o que torna a história particularmente fascinante.

O roteiro, fotografia, direção de arte beiram à perfeição e garantem uma qualidade ao filme, como há um bom tempo não se via.

Indicadíssimo, para todas as idades e gostos. Mais, obrigatório.