quarta-feira, 20 de maio de 2009

Se Virando na Virada

A Virada Cultural tornou-se evento oficial no calendário paulistano, e digo mais, nacional (vi muitas pessoas que vieram de outras cidades e estados exclusivamente para o evento).

Também não é pra menos. 24 horas com 800 atrações, shows antológicos gratuitos nos cartões postais da cidade. Isso sem falar no charme que é andar pelo centro de São Paulo de noite tranquilamente, sem medo de perder a carteira ou o pescoço.

O problema é que muita gente no mesmo local resulta em inúmeros pontos negativos. À meia noite do sábado, boa parte do centrão estava intrasitável, e o mesmo virou um verdadeiro lixão, tamanha quantidade de copos, latas, papéis, embalagens e o que mais se imaginasse nas ruas. No domingo, Sampa cheirava a mijo, nem de longe os 900 banheiros químicos deram conta dos mais de 4 milhões de pessoas participantes.

Teve gente que detestou. Para mim, como sempre, isso não tirou o brilho do festival e valeu muito a pena. Vi muitos shows, vou falar sobre os que se destacaram :




Jon Lord e Orquestra Sinfônica de São Paulo

Assisti a uma parte do show, mais para ver o lendário tecladista do Deep Purple. O som não estava dos melhores e não ajudou muito, mas deu pra conferir a virtuose e criatividade do músico.

Tutti Frutti

Uma alegria ver esta clássica banda ao vivo, mesmo sem a mentora do grupo nos anos 70, Rita Lee, foi muito bacana! A substituta Sol segurou bem a onda e os músicos da época Luis Carlini (guitarra) e Franklin Paolillo (bateria) deram um show de técnica, feeling e entrosamento.
Aliás, ouso arriscar que o Franklin é um dos maiores bateras do rock nacional de todos os tempos, de verdade, um monstro!
Os caras tocaram quase na íntegra o clássico álbum “Futo Proibido”, de 1975, altamente indicado por mim! Uma aula de roquenrow!
Grande show!


Som Nosso de Cada Dia

Esta é uma grande e esquecida banda de rock progressivo dos anos 70. Gravaram um excelente disco em 1974 chamado Snegs e os grandes clássicos desse álbum foram resgatados ao vivo como “Bicho do Mato” e “Sinal da Paranoia”.

Grandes músicos compõem o grupo, como o tecladista Manito e o baixista/vocal Pedrão.

Um espetáculo de virtuose... na medida certa!




Joelho de Porco

Este foi lindo de ver! Esta clássica banda setentista recordou “Boeing”, “Maldito Fiapo de Manga” e outra tantas, inclusive com a presença do vocalista original Próspero Albanese.

Todos de ternos rasgados, como na época, fizeram um baita show com a energia que só a banda tem.




Novos Baianos
Pepeu, Baby, Paulinho, Dadi e Jorginho. Juntos de novo!
Só faltou o Moraes.
Na minha opinião, o show da Virada!
O grupo que revolucionou, misturou, inventou, reinventou o samba com guitarra elétrica estava ali, reunido novamente.
E como toca o Pepeu! E como canta Paulinho Boca de Cantor, e Baby também, em plena forma!
Aliás, esta devia se contentar em cantar e parar de pregar em pleno show. Não foram poucas vezes que ela citou as palavras “gospel”, “Deus” e “Aleluia”. Baby, volte a ser doida, pelamordedeus!
Mas isso não tirou nem de longe o brilho do espetáculo.
Muitas músicas do clássico “Acabou Chorare” estavam lá.
Quem viu, viu.
Quem não viu, só digo uma coisa: “Besta é tu, besta é tu!”