sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dizem que ele é louco.

Pergunte aos seus amigos roqueiros, quantos gostam dos Mutantes? Desses, quantos conhecem a fundo a obra da banda? Desses, quantos gostam de Arnaldo Baptista?

O gênio mutante é consagrado mundialmente, sendo ídolo de figuras como Sean Lennon, Kurt Cobain, David Byrne, só para citar alguns, mas aqui, em seu país, é história é um pouco diferente. Responsável pelas principais criações da banda mais original e inventiva da música brasileira, e por que não, umas das mais importantes do mundo? – o artista tem sua vida retratada magistralmente no documentário “Loki”, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle.

A abordagem começa com o grupo O´Seis (embrião dos Mutantes) e foca em boa parte na trajetória dos Mutantes, banda formada ao lado do irmão Sergio Dias e Rita Lee. O “boom” do Tropicalismo, a evolução musical do grupo, o envolvimento pesado com drogas, a turnê européia... está tudo registrado com uma infinidade de raras imagens de encher os olhos.

Como não poderia deixar de ser, há também o foco no curioso acidente que divide a vida do artista, onde Arnaldo cai pela janela de um hospital, deixando-o com graves sequelas.

Conforme o andar do documentário, Arnaldo pinta em uma tela imagens que remetam às passagens importantes de sua vida, é de arrepiar...

Ao contrário de muitos documentários, este chega a quase duas horas e o passar do tempo nem é percebido. Feito de maneira dinâmica, eficiente, com ótimas imagens, depoimentos de Tom Zé, Gilberto Gil, Sean Lennon, os ex-Mutantes Sergio, Liminha e Dinho, o longa emociona e indico sem medo a todos que se interessam, o mínimo que seja, pela cultura brasileira, fãs de Mutantes ou não, independente do estilo musical/cinematográfico que apreciem.

Um filme essencial para conhecer este grande gênio brasileiro da música mundial. E também entender como a mídia pode auxiliar sim na reclusão de um grande mito. Afinal, se Arnaldo andar por aí hoje nas ruas paulistanas, ele seria mais reconhecido do que celebridades pop de hoje em dia, que possuem muito mais prestígio da massa?

Julgado por muitos como “louco”, termino com a frase do próprio: “ Mas louco é quem me diz, e não é feliz... Eu sou feliz.”

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Terror em Sampa

São Paulo oferece coisas que você só encontra em... São Paulo.
Um exemplo disso é o I SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico. Eu, como cinéfilo assumido e também fã de filmes de terror, não pude perder esta oportunidade de presenciar o que anda rolando de mais sinistro no Brasil e mundo.
Como tempo é uma palavra meio que ausente no meu vocabulário, acabei conferindo muito menos filmes do que gostaria nesta mais do que bem vinda iniciativa.
Segue abaixo minha avaliação dos filmes que vi, e um adendo dos que ficaram de fora da minha lista, por falta de tempo.

Dei notas de 1 a 5, sendo 1 – péssimo e 5 – excelente, levando em conta totalmente o gênero dos filmes avaliados, claro! (sem comparações com grandes obras do gênero ou não).


Visitante de Inverno – Nota: 4
Filme argentino com um roteiro muito bem desenvolvido e a construção de um clímax crescente. A falta de verba e efeitos especiais menores não interferiram na qualidade da película que narra a história de um jovem que vai passar uns tempos na casa da mãe em uma pequena cidade e começa a suspeitar de um vizinho que leva crianças para a casa e elas não voltam.
A grande questão é que o jovem possui problemas mentais e alucinações, o que só diminui a credibilidade em suas testemunhas.
Para fãs de suspense/terror, um prato cheio. Está tudo lá! Um protagonista problemático, suspense, mistério, algumas cenas grotescas (como não poderia deixar de ser) e um enredo muito bacana.
Recomendo!


Eden Log – Nota:1
Queria assistir a um filme chamado “Deixe ela entrar”, que parecia bem interessante, mas todos os ingressos estavam esgotados, acabei assistindo este longa, de gaiato.
Para minha infelicidade, trata-se de um filme desconexo, entediante, cansativo e sem sentido algum.
A película francesa trata de um rapaz que acorda em algum lugar bizarro subterrâneo sem memória e sem saber onde está, depois vai descobrindo que aquilo faz parte de um projeto de geração de energia através de corpos humanos. Enfim, uma pataquada sem fim. O filme pareceu que durou umas 4 horas, sendo que não durava metade. O destaque fica para a bela fotografia.


Matadores de Vampiras Lésbicas – Nota: 5
O nome é trash, a ideia é trash e a produção inglesa é... ótima!
Fazia tempo que não via uma comédia com uma temática tão bacana, quanto bizarra e engraçada.
Ainda não sei como este filme não está em circuito.
Dois nerds vão passar as férias em um vilarejo e descobrem que as mulheres sofrem uma maldição, que ao completarem 18 anos viram vampiras...lésbicas.
As locações são ótimas, o roteiro é ótimo, a trilha sonora é demais. Filme adolescente, no estilo anos 80, misturando risadas com terror.
Indicadíssimo para quem gosta de comédia pastelão, pra quem gosta de Porkys e pra quem é fã de vampiros.

Strange Girls – Nota:3
Filme estadunidense bem bizarro, mas interessante. Duas irmãs que só falam entre si vivem num manicônio há 14 anos e são liberadas. Daí começam a realizar perversões.
O filme vai bem, o roteiro prende bem a atenção, mas o final é bem fraco. Tudo termina muito rápido e parece que foi pensado de útlima hora, mas vale a pena!

Alguns filmes nacionais como “Mangue Negro”, sobre zumbis e “Fim da Picada”, sobre saci, exus e satanismo, não consegui acompanhar. Verei se consigo assistir de alguma maneira posteriormente.

O evento está acontecendo na Reserva Cultural na Paulista e vai até 02/07.
Uma grande iniciativa que merece ser continuada. Então, já estou no aguardo do II SP Terror!